Imagine acordar em um mundo petrificado por milênios e ter que reconstruir a civilização do zero. Parece absurdo? Pois foi exatamente isso que Senku Ishigami, protagonista de Dr. Stone, fez — e com ciência pura! Mas será que as invenções que ele recria realmente funcionariam na vida real? Vamos explorar essa jornada entre ficção e realidade com um olhar técnico e fascinante.
1. O Despertar com Nitrito de Sódio: verdade ou exagero?
Logo nos primeiros episódios, Senku descobre que o fluido para “despetrificar” humanos é feito com ácido nítrico. Na prática, o ácido nítrico é uma substância altamente corrosiva e real — muito usada em fertilizantes e explosivos.

Contudo, sua obtenção a partir de guano (fezes de pássaros) e cinzas exige um processo extremamente complexo, que requer reações controladas e altas temperaturas. Embora possível, seria altamente improvável que um adolescente conseguisse isso com precisão sem equipamentos laboratoriais modernos. Ainda assim, o embasamento químico existe. ✅
2. Sabão, vidro e pólvora: o básico da sobrevivência
Senku ensina como fazer sabão usando gordura animal e cinzas — algo totalmente factível. O vidro também é viável, pois areia, carbonato de sódio e calcário podem ser fundidos a altas temperaturas.

Já a pólvora negra é uma mistura de salitre, carvão e enxofre. E sim, ela pode ser feita manualmente, como mostrado no anime. Por causa disso, essas invenções estão dentro do realismo científico, embora perigosas se mal manipuladas.
3. O gerador manual: ciência aplicada
Ao construir um gerador com um sistema de magnetismo e movimento manual, Senku acerta em cheio. Esse princípio é real, baseado na indução eletromagnética. Portanto, mesmo sem acesso a usinas, a ideia de gerar energia girando discos com ímãs é cientificamente plausível — apenas com baixa eficiência.

4. O antibiótico: um risco real
Talvez um dos momentos mais impressionantes seja quando Senku tenta criar antibióticos. Ele escolhe a penicilina, que pode ser feita a partir de fungos (Penicillium notatum). Contudo, a produção, purificação e dosagem corretas da penicilina envolvem conhecimentos avançados em microbiologia.

Portanto, sim, é possível… mas seria extremamente arriscado e perigoso sem um laboratório estéril. Em suma, é real, mas difícil.
5. O motor a vapor e a torre de comunicação
Construir um veículo movido a vapor é algo que existiu de fato no século XIX. Senku usa caldeiras, pressão e movimento de pistões — todos baseados na física real. Já a torre de comunicação de rádio, mesmo rudimentar, é factível se houver acesso a bobinas, magnetismo e baterias.
Portanto, essas invenções também se encaixam bem dentro da realidade científica, com ressalvas sobre escala e precisão.
6. O smartphone caseiro? Aí complica!
Talvez o momento mais polêmico seja quando Senku idealiza um “smartphone rudimentar”. Aqui a realidade começa a balançar. Apesar da base do rádio funcionar, transmitir voz com clareza, com banda suficiente, e montar um receptor/transmissor funcional sem circuitos integrados beira o impossível em condições primitivas.

Logo, essa invenção entra na categoria de “cientificamente inspirada”, mas quase inviável sem recursos tecnológicos modernos.
Conclusão: Dr. Stone é um tributo à ciência real com licenças criativas
Em suma, Dr. Stone é um anime que acerta em cheio ao despertar o interesse pela ciência, misturando conhecimento real com toques de fantasia. Suas invenções são, em grande parte, baseadas em fundamentos científicos sólidos. Contudo, muitas delas exigiriam condições ideais, equipamentos e segurança que não estariam disponíveis em um mundo pós-apocalíptico.
Ainda assim, o anime é uma aula divertida de física, química e biologia — e isso é o que o torna tão brilhante. Portanto, Dr. Stone merece crédito não só por sua originalidade, mas por fazer milhões de jovens se apaixonarem pela ciência de forma empolgante!
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dr._Stone