Poucas obras conseguem sacudir o mundo dos animes como Tower of God. Baseado no popular manhwa sul-coreano criado por SIU, o anime estreou em 2020 e rapidamente se destacou, não só pela sua origem, mas também pelo universo intrigante, personagens ambíguos e temas que colocam em xeque nossas noções de amizade, ambição e poder.
A escalada começa com um mistério
Logo de início, somos apresentados a Bam, um jovem de passado obscuro, cujo único desejo é reencontrar Rachel, a garota que lhe mostrou o mundo além da escuridão onde vivia. Contudo, essa motivação pura é colocada à prova quando ele entra na colossal Torre — um lugar onde cada andar representa um desafio psicológico, físico e espiritual. E isso, claro, desperta algo que poucos animes ousam explorar: a complexidade crua da alma humana.
Tower of God é mais do que um simples shonen de ação — é uma jornada de autoconhecimento mascarada por batalhas espetaculares.
Personagens que quebram arquétipos
Ao contrário de muitos animes, Tower of God evita o conforto dos estereótipos. Rak Wraithraiser, o crocodilo guerreiro com um humor ácido, conquista por sua autenticidade. Khun, com sua inteligência estratégica e passado trágico, entrega uma das melhores camadas de ambiguidade moral da obra. Rachel, por sua vez, é talvez uma das personagens mais controversas e surpreendentes da última década.
Por causa disso, é impossível assistir e não se sentir desafiado emocionalmente. Afinal, quem realmente é o vilão da história?
O visual que rompe barreiras
A animação, feita pelo estúdio Telecom Animation Film, entrega um estilo artístico diferente, quase experimental. A escolha por não usar os traços típicos de animes japoneses traz uma identidade visual única — o que, por vezes, causa estranheza, mas acaba sendo parte do charme.
Em suma, essa ousadia estética reforça a sensação de que estamos adentrando um universo onde as regras são diferentes. E isso é exatamente o que o enredo deseja: nos tirar da zona de conforto.
Uma trama densa e cheia de simbolismos
Cada andar da torre é uma metáfora. Para amadurecer, é preciso subir. Contudo, o que se perde no caminho é muitas vezes mais precioso do que o que se ganha. A obra constantemente lança perguntas ao espectador:
- O que você estaria disposto a sacrificar para alcançar seu objetivo?
- Quem você deixaria para trás?
- O poder realmente vale o preço?
Esses dilemas são o coração pulsante da série, e fazem com que ela se destaque entre os demais animes contemporâneos.
Tower of God um fenômeno internacional
Tower of God foi um divisor de águas por outro motivo importante: ele foi o primeiro Crunchyroll Original. Essa iniciativa marcou o início da internacionalização dos animes, mostrando que adaptações de obras sul-coreanas poderiam rivalizar com grandes produções japonesas.
Portanto, não é exagero afirmar que Tower of God ajudou a moldar uma nova era para os animes — uma era onde webtoons ganham destaque e diversidade cultural é valorizada.
O impacto nos fãs
Apesar de dividir opiniões, especialmente em relação ao final da primeira temporada, o anime criou uma base sólida de fãs apaixonados. Muitos, inclusive, migraram para o manhwa, onde a história continua com reviravoltas ainda mais chocantes.
Contudo, o que realmente prende os espectadores não é apenas a ação — mas a forma como a narrativa brinca com expectativas e manipula emoções.
Tower of God vai ter a segunda temporada?
Felizmente, a segunda temporada já está confirmada e promete adaptar arcos ainda mais profundos e sombrios. Os fãs aguardam ansiosamente o retorno de Bam, agora em uma nova forma e com objetivos mais complexos. Portanto, prepare-se para mais traições, alianças inesperadas e verdades chocantes que vão virar seu mundo de cabeça para baixo.
Tower of God é para você?
Se você gosta de narrativas intensas, personagens multifacetados e universos que desafiam a lógica, então sim, Tower of God é para você. Mas esteja avisado: nem tudo é o que parece. E isso é o que torna a experiência tão viciante.
Pois, ao final, a verdadeira torre que subimos… é a da consciência.
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